segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O tempo...

... Passa e a Alma, Corpo, um conjunto no seu todo, pedem, reclamam, ardem e em soluços mudos se apagam! Um uníssono que grita mais do que voz alcança...

 

 

Um cala o que o outro permite responder, um  guarda os segredos que ao outro não cabe revelar, um segura-se enquanto o outro se dá ao que lhe assiste, o outro resguarda-se nas suas muralhas... Como se lhe fosse proibído, ou descabido fazer-se sair das sombras por onde se entranha e ali se deixa ficar. Uma batalha difícil de travar
 
Ao passo que um conquista, o outro tende a  perder forças, ao passo que um se mostra, o outro tende a  perder o seu encanto, os dois em conjunto... tornam o "mundo" incerto,  o imperfeito perfeito e vice-versa, o medo de um vira lacuna no  outro, nos espólios de uns, se descobrem os buracos deixados na teia de aranha eximiamante tecida pelo outro, e a pergunta surge na mente, como névoa que paira no ar,constante e veemente, mesmo que a ela se queira esgueirar, ou por mais esforços se  faça para tal.


 
O toque surge, O beijo... e tudo se (des)encaixa num ápice, como um baralho de cartas que se mostra nos seus alicerces frágil,  algo não tido em conta, assim como o que antes parecia inalcançável ganha a sua dimensão e força quase... docemente venenosa... deixando um rasto tão seu, suave e indelével, como se gota de chuva se tratasse, a olho nú pequena e insignificante, mas de uma magnitude inigualável, sózinha e isolada, ou na sua valsa dançada com tantas outras, como os pequenos pormenores da vida...
 

 
 

 
O desejo ganha forma, contornos já tão bem definidos e alimentados num mundo intransponível mas atíngivel a seus termos, convenções e disposições, os quais são alimentados numa fornalha criada  e feita a  dois, com moldes e traços de cada um, e a combustão dá-se...
 
O que julgamos ter, perde-se como fumaça num ar  que cheira a novo, o que somos se transforma e molda, o que queremos muda... E nada volta a ser o mesmo!


Pede-se mais do que se pode, deve ou é conveniente.... Ou não. Tudo se converge, conjuga, invoca ou encontra, como duas almas que do Dois criam Um, duas pontes que abrigam o mesmo rio e o abraçam, como duas marés distintas que mesmo cruzadas e combinadas, deixam o mar seguir o seu curso natural, mas o amparam nas margens que sustêem a sua força, como duas almas que se completam... E  se libertam, por vezes encontrando-se, por vezes entrelaçando-se em nós, os que nem eu sei como definir! Questão tão simples não é? Mas... a resposta reside em ambos os polos, ambos os fogos, ambos os ventos, ambos os mares e ambos os terrenos, os que nos fazem ser quem somos!

A pergunta que se impõe.... terá resposta? 

4 comentários:

Desejo disse...

Como um beijo pode ter tanto poder e desencadear tanto desejo...

Flowheart disse...

Para tudo na vida existe uma resposta.
Dentro do nosso coração a encontramos, por vezes temos é que a saber procurar.
Beijos sentidos e o desejo de um bom ano.

Anónimo disse...

"Frequentemente observei o seguinte: quanto mais variados os acontecimentos que se sucedem, tanto mais rapidamente passam os nossos dias, mais longo, ao contrário nos parece o tempo passado, a soma desses dias. Por outro lado, quanto mais monótonas as nossas ocupações, tanto mais longos se tornam os nossos dias, tanto mais curto o tempo passado ou a soma deles. A explicação não é difícil."
Georg Lichtenberg

Venus in red disse...

Por aqui, enlevada na sublimidade do que leio, fico sem resposta... assim, como tantas outras vezes...
Nem sempre, esta é essencial! Há que "domesticar" a mente a simplesmente... deixar-se levar!

[Fantástico ano de 2011!]





Basium